terça-feira, 18 de junho de 2013

Sobre as recentes manifestações no Brasil.

As recentes manifestações que tomam conta das ruas no Brasil são apenas efeitos retardados do processo de resistência a aplicação de medidas liberalizantes em diferentes partes do mundo.

O processo de retomada, ainda de forma tímida, de alguns apelos de cunho puramente economicista, fez com que as manifestações ocorridas em São Paulo e Brasília tomassem uma proporção maior do que realmente elas se encontram. Do ponto de vista organizativo, em nada representa para o avanço da consciência coletiva e do ponto de vista político, representa apenas indignações perfeitamente cabíveis e que já deveriam ter ocorrido há muito tempo.

Contudo, o apelo que gerou nas chamadas mídias sociais é um fator no mínimo curioso, não se tem como dimensionar o que, como e porque elas influenciaram, acredito que o seus resultados são mais assimetrias de agendamento midiático a partir mesmo dos fatos, do que necessariamente geradora dos fatos.

Sei que essas considerações serão imediatamente rechaçadas, mas o papel dos comunistas nesse período é esclarecer os fatos a partir das análises da própria realidade com a utilização do método marxista, ou seja, do uso da dialética e do materialismo histórico.

Não quero me ater ao método e sim as suas conclusões, nesse sentido deve-se perceber que a atual onde de manifestações no Brasil, ainda não tem uma cara definida, um objetivo único, a variedade de reivindicações é clara o que transparece na falta de um programa mínimo.
No Brasil, após os anos de ditadura militar, as manifestações até a primeira metade da década de 90 foram sempre multitudinária, inclusive com a derrubada do primeiro presidente eleito democraticamente, outras épocas e mesmas reivindicações.

O processo de despolitização preocupa, se não dermos uma cara de esquerda, comunistas e profundamente democrática, essa dita “revolução” da internet não demorará e ser tornará mais um movimento estanque e sem continuidade, a necessidade de um perfil ideológico representa mais que a ausência de bandeiras, que elas fiquem de fora, mas que esse movimento possa fazer uma aliança com as reivindicações históricas do trabalhadores do campo e da cidade.

A ausência de uma direção experiente e revolucionária é outra limitação dos movimentos existentes, obviamente que dependendo do calor das lutas uma nova direção pode se configurar, mas tem que indicar caminhos precisos e estar claramente voltado para a ruptura revolucionária, ou seja, não há negociação, não existe possibilidade de nenhuma de sentar a mesa.

A agudização desse processo não virá dentro dos limites institucionais, mesmos os agendes ditos da esquerda como o PSTU E PSOL têm limitações em ser os organizadores desse processo, por um único motivo, são reformistas até o último fio de cabelo!

Portanto, o que cabe aos comunistas é irem para rua, mesmo que enfrentando o preconceito de ser comunistas, erguendo a punhos nossa bandeira, já enfrentamos os nazistas/fascista na segunda guerra, o imperialismo europeu e americano. Já nos colocamos do lado de toda a Latino América, enfim, não ter-se-á medo de sermos comunistas, nunca tivemos, ergam-se as bandeiras com a foice e o martelo, em todos os lugares e em todas as manifestações, não existe partidos hoje no Brasil que possam ser herdeiros dessa tradição, mas ainda existe homens e mulheres que se mantém fieis aos preceitos comunistas, a estes sejam autorizadas empunhar a verdadeira bandeira da revolução.


Quando esse processo de colocar a disposição da ruptura com o grande capital e contra a propriedade privada dos meios de produção os comunistas estarão ao lado deles, em marcha, mas essa evolução deve ser acompanhada com a mobilização da sociedade em seus locais de trabalho, de estudo, de diversão, o processo de dimensão da onda revolucionária deve ser expresso em todos os níveis de resistência inclusive na cultura e nas artes.


Oxalá, que a dimensão dada a essas manifestações seja exaltadas até o limite, mas que possam ir além do que foram até o presente momento, sem o terrorismo individual, mas com a força da revolução coletiva e organizada, que tenham outros estopins, e que a marcha termine com a vitória de uma revolução e não apenas com negociadores a mesa!

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