sábado, 14 de maio de 2016

Caminhar como carneiros para o abatedouro é o cacete!


O PT caminha como os judeus caminhavam para as câmaras de gás, essa constatação é produto da simples observação da falta de energia e atividade de reação do PT frente aos ataques que sofreu no último período da luta de classes, e serve de análise para que percebamos o que de fato aconteceu com o maior partido de esquerda da America Latina.

O objetivo desse pequeno e sucinto artigo não é analisar essa caminhada ao desastre, muito menos explicar o inexplicável, mas tão somente constatar de como essa derrota foi mais sentida o que se espera.

Em primeiro lugar deve-se compreender a qual papel o PT se prestou nos últimos anos, e que pese as ditas conquistas sociais, com o avanço da qualidade de vida de milhões, a maior alcance das chamadas redes de proteção social, o PT deixou de fazer o seu dever de casa, no que refere a organização dos explorados.

Mas isso não foi um fato isolado, ou mesmo um equívoco, foi uma escolha política, foi uma decisão, foi mesmo o tiro no pé, em função de uma dita governabilidade, o PT desde o seu primeiro governo, resolveu lanças bases programáticas para uma aliança com setores da sociedade brasileira que não concordavam com a ideia de inclusão social, de abertura de mercado de consumo, ou mesmo da valorização do salário mínimo como mecanismo de crédito primário.

Essa contradição logo surgia nas escolhas de aliados preferenciais, no que pese a tática eleitoral para se chegar ao poder político devemos reconhecer que foi correta, mas a que preço?

Em primeiro lugar foi a salvaguarda de contratos com o mercado financeiro mundial, o PT assumia os compromissos assumidos pelas gestões anteriores de não interferir na ciranda financeira, o que de imediato abarrotava de bilhões de dólares os cofres dos banqueiros e dos agiotas internacionais.

Em segundo lugar com a ampliação do mercado de consumo, com a inserção de milhares a condição de consumidores, o PT construir um boom econômico com base na ampliação do mercado de consumo, algo que deveria ser óbvio em uma relação capitalista, mas que no governo do PT passou a ser serviços de assistência social, graças a programas como a bolsa família, minha casa e minha vida e por sim a aprovação da base de cálculo do salário mínimo.

E, por fim, estabeleceu metas de superávit primário no qual se comprometia em manter as contas públicas em permanente controle, pois toda a base monetária estava vinculada a essa equação que visa principalmente antecipar os lucros dos banqueiros e dos agiotas a partir mesmo da arrecadação pública.

Isso no campo econômico, mas no político o desastre foi maior, a escolha de alianças levaram tão somente a questão numérica para se ter uma base de apoio no Congresso Nacional, sem uma aliança programática apenas o fisiologismo e o pragmatismo foram as armas lançadas mão pelo PT para se articular e construir seu governo de coalizão nacional, foi logo montando um esquema de financiamento para essa empreitada, que logo foi denunciado e algumas estrelas do PT foram parar na cadeia.

Lições de difícil aprendizado cortarão umas cabeças, mas a do rei ficou, embora ele estivesse nu, ele ficou com a coroa!

E o PT prosseguiu mantendo-se fiel aos acordos que o levaram a presidir o país, mas deve-se compreender que já existia uma casta burocrática dentro do PT, que governou estados e municípios e que a gestão pública não era mais nenhuma grande dificuldade, o PT passou a construir legislações que pudessem ir implementando sua forma de gestão, inclusive com a inserção do controle social, podemos perceber isso na Saúde, nos diversos atos normativos, a burocracia assumiu para o PT algo novo, um sentido de viver, um sentido de saber e que culminou com a ascensão de um novo modelo de gestar o estado a partir de visões particulares, algo novo? Não, mas vindo de onde veio trouxe certas inovações!

Que ainda não serão tema de análise, mas que certamente trará novos elementos para a gestão público, logo se o problema não foi a eficiência e nem a eficácia da gestão, afinal o PT certamente é, nesses critérios, competente, o que de fato arrolou tamanha crise?

Apenas a escolha de governar para os mais ricos?

Isso deve ter contribuído, mas o erro foi maior, o PT não fez mais nada do que construir a presença do Estado em seu território, conceito que não deve se entendido apenas como as barreiras políticos-adminitativas, nem tampouco limitar-se a suas fronteiras, mas compreendendo-se como o espaço onde as relações sociais se enfrentam, onde a luta de classes têm seu principal palco, mas mesmo com essa compreensão o PT abriu mão voluntariamente de se organizar enquanto partido, enquanto expressão viva da sociedade.

De partido de militantes e combatentes de uma causa, ele se tornou a arremedo dos demais partidos que visam, única e exclusivamente, o processo eleitoral como fim em si, chegou mesmo a construir eleições internas em períodos entre safra eleitoral para continuar azeitado sua própria maquina eleitoral!

Alguns dirão a bobagem que os resultados da política de alargamento do processo econômico trouxe benefícios para uma parcela da população esquecida, sim é verdade, mas ao mesmo tempo, o PT acendia uma vela para Deus durante o dia e a Noite se afundava com o Satanás em negociações espúrias.

Não quero aqui discutir os princípios éticos ou morais, para mim não houve esse debate em momento algum, o PT errou em confiar nessa canalha, sim, mas esse é o problema não foi um equivoco, foi uma escolha!

Os primeiros anos do Governo Lula, foram o balão de ensaio para se verificar quais as limitações desse dito governo, que nunca foi de esquerda, mas se definitivamente lançou mão de políticas socializantes, mas isso sem vir acompanhado de uma forte mobilização e articulação social.

Na luta política, seja dentro ou fora da institucionalidade, o PT propositalmente esqueceu da luta política fora da institucionalidade, ou seja, preferiu jogar o jogo deles, no campo deles, pensando que poderia ser melhor, ledo engano!

E a medida que o tempo passou o PT ficou acuado demais, quer seja pelos acordos que foram mantidos, quer seja pelo amor a dita institucionalidade, esse dois fatores combinados relegaram ao PT o maior fracasso de sua história, além de alguns outros como o próprio machismos, o fascismos e as concepções milenares.

O fato é que o PT não aprofundou as reformas do estado necessárias para equilibrar o jogo político, sequer foi omisso, ele passou de mala e cuia para o outro lado, de maneira desavergonhada e cafajeste, enquanto milhares esperam uma linha política para se aplicada aos movimentos sociais, que ficaram passivos esperando, e mesmo depois do golpe, ainda esperam isso, mas não virá a ordem de contra-golpe.

O PT está atolado até o pescoço com essa dita institucionalidade, não consegue construir uma expectativa para além dela, pensa em 2018 com Lula presidente novamente, tolos, hipócritas e imbecis!

Não haverá institucionalidade para o PT! Haverá apenas perseguições e humilhações, a eliminação do PT seguira a mesma trajetória da eliminação dos comunistas, que no inicio da década de 80 do século passado o PT ajudou a enterrar!

Poderíamos escrever aqui quais eram as possibilidades, mas vou ficar com palavras curtas, poderíamos ter errado pelo menos diferente!

È agora?

A vergonha e o imobilismo do PT ao final do governo Dilma é tão sem noção, é tão sem exemplos históricos, que só posso comparar aos judeus marchando sem reação para as câmaras de gás dos nazistas, como diria Hannah Arendt escreveu situação semelhante ao escrever para o The New York sobre o julgamento de Eichmann em Jerusalém, onde ela descrevia que os judeus estavam tão derrotados que caminhavam como carneiro para o matadouro.

Eles simplesmente não reagiram de forma que se esperava, a culpa pelos seus atos e ações pesava mais sobre eles do que as falsas acusações, do ponto de vista ético e moral não significava absolutamente nada, pois as diretrizes que aprisionaram eles eram idéias, e idéias humanas, vinda de um mente de especialistas que foram construídas para criar prisões sem muros.

Com o PT não foi e nem será diferente, talvez apenas no resultado final, os nazistas não conseguirem dizimar os judeus, será que os poderosos de plantão aqui no Brasil serão deditos? A nós só resta pensar em reagir minimamente, isso significar dar respostas a todas as agressões que vamos sofrer daqui para frente, enfrentar fogo contra fogo, não mais se acovardar, milhares tombaram para que mantivéssemos nossos sonhos de uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna, tombarei se preciso for, mas não descansarei até a mão da vingança e da revolução punir o sistema e seus lacaios, sejam eles de dentro e de fora do PT!












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