quarta-feira, 13 de julho de 2016

AOS FATOS DA LUTA PELO TRANSPORTE DIGNO NO MARAJÓ


Foto histórica do Movimento Acorda Marajó, em junho/julho de 203, na frente da antiga sede da ARCON


Fico muito feliz, em ver novamente que os povo marajoara conquista mais uma alternativa sobre o sofrido transportes de Belém - Camará

Lembro que em outubro de 2012, na comemoração da eleição do João em Soure, devo ter sido um dos poucos que disse. "agora depois de duas eleições, uma em Salvaterra em 2004 e outro em Soure em 2012, a nossa luta vai ser pela melhoria dos transportes fluvial, todos nossos esforços, políticos, jurídicos e sociais, estarão a serviços dessa luta".


Como testemunha, tinha ao meu lado os companheiros de sonhos e de luta Dário Pedrosa e o vereador reeleito NIC Junior.

Já em 2013, um grupo de companheiros, resolveu fazer com as manifestações conhecida em junho de 2013, pela primeira vez trouxemos a ARCON para uma audiência na Câmara Municipal de Salvaterra, mas não foi resolvido, então o movimento resolveu fechar a PA.

De 2013 prá cá foram muitas lutas, vários secretários de transportes e diversos diretores da ARCON. O congelamento da passagem, melhoria nos barcos e a Lancha Rápida de Belém para Soure foi uma das primeiras reivindicações atendidas.

Hoje, fico mais uma vez muito feliz, por mais um transporte rápido de Belém para Camará. Mas a luta só será completa quando tivermos uma balsa digna e rápida para Camará. Se será com a Henvil? Ou outra empresa? Tanto faz, o que devemos saber que a Luta Continua.

E para finalizar, as duas lanchas (expresso Tapajós e Banav), devem ter as gratuidades para idoso (Lei nº 10.741/2003) pessoas com deficiência e seus acompanhantes e pessoas com necessidades especiais (PNEs), além da meia passagens para os estudantes (Lei Estadual 7.327/09), pois são reivindicações e conquistas históricas, direitos adquiridos, que não vamos abrir mão!

Parabéns a luta do povo do Marajó!

Newton Pereira

segunda-feira, 11 de julho de 2016

A verdadeira face do PT: Entre Mentiras e Enganações e a esquerda no Brasil!

A década de 80 do século passado teve muitas reviravoltas, no cenário político, desde seu começo, com o aguardado retorno dos anistiados, com a possibilidade de abertura política, campanha das Diretas, refundação da UNE, da UBES e fundação da CUT e articulações dos movimentos sociais, tanta esperança, a cada manhã podíamos sentir que chegava a hora da mudança radical da sociedade, não era apenas um sonho distante, mas estava ali, a educação cubana, os avanços de tecnologia na URSS, enfim, havia antes um busca que se consolidara em cima de mentiras e enganações.
Muro de Berlim: retorno ao Capitalismo!

Não cabe aqui reescrever toda a história da esquerda mundial, era o que de fato deveria ser feito, mas vamos partir de um referencial para ter significância necessária para se estabelecer um ponto de partida, o PT surge com a necessidade de construir alternativas ao Socialismo real, uma crítica a sua falta de democracia, e toda sua inteligência começa a pensar em alternativas que busque, ainda no vigor teórico do marxismo e na vivacidade dos reformadores, os anos 80 foram excelentes, pois algumas palavras assumiam terminações reveladoras, como por exemplo, a palavra cidadania ou mesmo a palavra democracia.

Elas ganharam outro sentido, não estava mais contida nelas, sua amplitude elevou-a a categorias universais e contra as quais nada poderia se falar ou mesmo se subverter, as críticas deveriam ser simplesmente tomadas como processo de loucura de seus interlocutores. As teorias surgem apenas como propaganda para se construir como alternativas teóricas as formulações existentes desde o manifesto comunista!

Uma fórmula antiga e do mesmo modo mal intencionada já teve exemplos na história desse processo e que até aqui cabe bem e funciona do mesmo modo, o nazismo foi uma mentira bem contata ao povo alemão, o stalinismo foi e ainda é uma mentira bem estruturada que rompe gerações e, ainda sim, gera tanta confusão na esquerda como essa potoca do PT que aqui estamos revelando.

Devemos desmistificar algumas coisas, a primeira é que o Marxismo é uma teoria liberal e democrática, não o é, em nada tem de democrático no marxismo, ele em sua essência gera uma única consequência: uma ditadura, a do proletariado, e que é ao mesmo tempo modelo de estado e assim, toda a relação social é submetida aos filtros e tensões desse modelo de estado, inclusive a economia.

Democracia, como governo do povo, não é entendido como fórmula de disputa política social no marxismo, apenas como um processo a ser superado por outras fórmulas, e a ditadura após um processo sangrento e revolucionário requer um período de transição, modelo este usado pela burguesia após a superação do feudalismo, e assim sucessivamente, apenas seguindo os modelos históricos anteriores, o que muda no processo ditatorial é a perspectiva dela ser construída com uma aliança entre trabalhadores do campo e da cidade, ou seja, do proletariado e do pequeno proprietário rural.

A famosa aliança operária-campesina seria o começo do processo de socialização das forças produtivas, em um estado temporário e com prazo de validade definido. Mas esse é outro debate e que fazê-lo agora correríamos o sério risco de perde o foco, mas prometo em breve retornar a esse debate e sua inconsistência teórica atual.

O que importa é que o marxismo é uma teoria de revolução social que fundamenta-se na ruptura revolucionária e violenta do sistema, quaisquer outras formas não cabe dentro do marxismo, ou dos disseres de Marx no Manifesto, só temos as nossas correntes a perder!

Dito isto o PT no início com sua crítica ao totalitarismo, percepção equivocada do socialismo em só país, completamente contrário as ideias do internacionalista Marx (proletário de todo mundo, uni-vos) fundamenta suas teorizações considerando que o modelo burocrático de socialismo é o único e legitimo modelo marxista, resultado de anos de propaganda que fez com que todos os escritos de Marx fossem literalmente traduzidos errados, principalmente para o português, não é incomum nos acusarem em reuniões com militantes de diversos locais do mundo de que nossa teoria é baseada em falsificações e inverdades.

A partir do modelo apresentado pelos stalinistas a verdade petista começa a ser construída, sua crítica real ao modelo falso aplicado na URSS e nos demais países do leste europeu! Não quero aqui discutir se haveria razão ou não, claro que tinha razão a crítica, mas ela não foi construída para se consolidar uma saída política para o avanço da revolução política desses países, ao inverso, foi construída apenas para gerar mais cisão ao conceito de evolução da revolução e dos princípios marxistas.

Resumidamente temos dois processos distintos e complementares, o primeiro foi o processo de propaganda falsa do modelo de socialismo real, e o segundo foi a crítica falsa ao modelo errôneo de socialismo, a partir desse momento toda a crise sofrida pelo colapso do Socialismo Real enfrentaria, em maior ou menor grau, essas distorções a partir de suas percepções sociais existentes.

A construção de uma via reformadora do Socialismo coincidia com a necessidade de haver uma para justificar a ruptura como o modelo equivocado de socialismo em só país, e ao mesmo tempo, não podia se comprometer com a evolução das forças produtivas no rumo do socialismo mundial, essa combinação se tornou desastrosa para toda a esquerda do globo.

Uns mais e outros menos, mas todos não conseguiram compreender que o retorno ao Capitalismo nesses países foi e ainda o é um atraso para a vida de milhões, o que o defensismo revolucionário fez, foi apenas reajustar o olhar necessário para compreender a realidade, mas o fez ainda tardiamente, e com o avanço do capital sobre os escombros do leste europeu e da URSS, o PT conseguia a confirmação de sua teoria e a comprovação de sua hipótese de socialismo sem democracia não existe, o que fez o PT a colocar o carro na frente dos bois.

A partir dessa confirmação pelas avessas, o PT desiste de continuar sua luta pelo socialismo, onde o partido ainda tinha breves feições de esquerda, como por exemplo, os núcleos de base partidário, eles deixariam de existir em menos de uma década, a mesma forma foi a relação com os movimentos sociais, bastou os anos 90 do século passado para o PT abandonar eles como fonte de oxigenação da militância, e breve o PT era apenas uma azeitada máquina eleitoral que buscava ganhar o lugar privilegiado no processo de administração do Estado, feito este obtido em 2002 com a vitória de Lula.

Logo os conceitos do que era ou não era ser de esquerda começa a entrar em crise, a própria defesa do trato ético da coisa pública, e o discurso sobre esses conceitos começaram a se alargar e com isso o PT busca uma governabilidade embasada em uma relação espúria com uma base fragilizada no Congresso Nacional, alguns personagens já tinham saído do PT nesse período, como o próprio PTSU, PCO e um pouco mais tarde o PSOL, mas em todos os casos a ruptura desses setores não foi uma real crítica aos conceitos anti-marxistas, tão somente, ao discurso de ética, de democracia e de cidadania, tomou conta do debate da esquerda, fragilizando assim todo um aparato de pensar humanista e que culminou em todas as demais confusões mentais e ideológicas da esquerda, tendo como referência o próprio PT.

Logo fazer coligações com partidos burgueses era algo natural, defender reformas que atacam direitos dos trabalhadores acabou sendo percebido como necessário para a evolução e para a conquista da cidadania, expulsar deputados que não concordavam com o rumo do partido, e até mesmo exaltar dirigentes que tomaram medidas equivocadas para manter a governabilidade, ou pagar dívidas de campanha, como foi o caso do mensalão e indo de mal a pior para manter a cabeça do estado sob seu enfoque o PT se desconstruiu como PT de trabalhadores e camponeses para se tornar legitimo para os banqueiros e para FIESP, mas essa aliança acaba na medida transformando o próprio PT e ele por sua vez tentava se reconstruir, seja no governo, ou seja revisitando seus próprios conceitos de cidadania e de construção de política públicas.

Isso se reflete muito bem no processo de expansão econômica que o Brasil atravessou nos primeiros anos do governo Lula, ao ampliar o crédito, ampliar o mercado de consumo, investindo em pequenas transferências de renda, como o programa bolsa família, o mercado aquece e essa expansão movimenta a economia, otimizando assim suas necessidades de mercado e ampliando o mercado de consumo, isso vai até a crise de 2008, de lá pra cá, o PT não conseguiu mais ter uma política de austeridade fiscal e ampliação do mercado de consumo, isso fez com que o PT mascaram-se as contas públicas, para então no processo de emissão de debentures conseguir manter aquecido o mercado, mas isso também tem limite, pois a medida que a emissão desse títulos provoca inflação as próprias contas públicas sofrem pressão maior para seus ajustes recessivos.

Essa contradição entre a linha política adotada e a política econômica foi desastrosa para o PT, que alimentava uma mentira a anos, e com isso seu papel de dirigente se enfraquecia a cada ano, e quando foi necessário usar novamente todo seu potencial para convencer mais uma vez sua militância de sua necessidade de se manter no poder central, veio a crise econômica e política, e sem apoio real dos movimentos sociais que perderam seus dirigentes para ser tornarem apenas cabos eleitorais ou pior se transformarem em empresa de construção para o programa Minha Casa minha Vida, ou mermo atravessadores de influência, permitindo assim uma avanço significativo dos setores mais a direita, com claras evidências fascistas.

Muito ainda se tem muito para debater, mas o concreto é que as mentiras não poderão mais se sustentar, e os modelos devem ser debatidos a partir de suas reais convicções, e toda a verdade deve ser revelada para então, e a partir de então, tomar as medidas e ajustes para reencontrar o caminho da revolução no país, superando o PT e todas as demais organizações ditas revolucionárias, para quem sabe assim, termos a chance de lutar novamente pelo poder político em nosso país e pela transformação radical da sociedade.


domingo, 10 de julho de 2016

Newton Pereira declara apoio Nic Jr em Soure!


Ontem o PT lançou diversos candidatos a prefeito no Estado do Pará, um deles foi em SOURE, recebemos em nosso perfil no Facebook uma comunicado de apoio do companheiro Newton Pereira na qual ele declara, que apesar de difícil missão, ele acredita na vitória do companheiro Nic Jr. Como não tivemos autorização para publicar o texto, deixamos o link para acessar o texto de apoio do companheiro, que foi considerado um dos nomes responsáveis pelo retorno de João Luiz a cadeira de prefeito, crise esta que foi desencadeada como hoje sabemos que teve dedos de golpistas e de tucanos, que já naquele momento ensaiavam a derrubada do PT, resistimos em Soure e vamos resistir no Brasil!

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sexta-feira, 1 de julho de 2016

A esquerda reformista e a ilusão na democracia burguesa


Público abaixo um artigo do Coletivo da Liga Comunista, e pode ser visitado no, http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2016/06/a-esquerda-reformista-e-ilusao-na.html, e acho que é nesse momento a melhor publicação sobre os graves ataques que sofremos hoje, e ainda acredito que estamos apenas no início, se a esquerda não se mobilizar e se organizar, em breve toda a ilusão dessa falsa democracia se desmoronará, só o levante das classe trabalhadora e aliança com os componesses e com os estudantes podem dar prosseguimentos as tarefas dadas pela história!


A esquerda reformista e a ilusão na democracia burguesa

Uma semana depois de invadida pela Polícia Federal, a sede nacional do PT, em São Paulo, foi alvo de um ataque fascista na madrugada no dia 30 de junho de 2016. Um dos agressores foi preso, confessou o crime, fez ameaças ao partido e a seus integrantes, dizendo que repetiria o ataque e foi liberado pela polícia (G1).

A última vez que partidos de esquerda tiveram sedes invadidas por policiais e atacadas pela direita foi após o golpe de 1964, durante a ditadura militar.

A demonização e a criminalização do partido feitas pela mídia, polícia, judiciário e pela própria direita, pavimentam o caminho dos ataques.

O PT vem sendo impiedosamente caçado pelos organismos coercitivos e repressivos que orgulhosamente o próprio PT “empoderou” e “autonomizou”. Ao lado da grande mídia, a PGR, STF e PF fazem parte do núcleo duro do golpe que derrubou Dilma e segue perseguindo o partido.

O PT está sendo vítima de suas ilusões reacionárias na democracia burguesa colonizada brasileira. Não existe nada neutro nem autônomo em meio a luta política e de classes. Ao não serem tutelados pela política do partido governante tais organismos só poderiam servir a oposição burguesa e particularmente ao imperialismo.

Em meio a nova guerra fria, nada de relevante da política mundial escapa da polarização entre os EUA e a OTAN, de um lado, e o bloco de países conduzidos pela Rússia e China, do outro.

Fato é que esse "empoderamento" do judiciário em detrimento inclusive dos outros agentes políticos do golpe (PMDB, Cunha, Bolsonaro) projeta esse poder autocrático a assumir de alguma forma a coordenação da condução do processo golpista a serviço do imperialismo.

“O GOLPE FOI CONTRA A LAVA JATO” OU A LAVA JATO
É UM DOS PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DO GOLPE?

Um dos mais ativos parlamentares do PT hoje, o Senador Lindbergh Farias, saiu na defesa da colega de partido Gleisi Hoffman e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, preso pela operação “Lava Jato”, e assim como Dilma, Lula e os outros membros da direção do PT, estimula a ilusão de que “esse golpe tem por objetivo tirar direitos de trabalhadores e paralisar a lava jato” (postagem do senador em sua página no facebook no dia 24/06). Já o PT limitou-se a condenar a ação fascistóide como “desnecessária” e “midiática”.

Ora Senador, ao intervir de madrugada na Sede do PT Nacional com todo um aparato policial e midiático, a “Lava Jato” encontra-se a pleno vapor exercendo a tarefa para a qual foi criada, e o PT segue cegamente alimentando a reacionária ilusão neste seu algoz e, mais cedo do que pensamos, nesse algoz de todos nós trabalhadores. Na verdade, senador, a Lava Jato é um dos principais instrumentos do golpe.

A renúncia do PT ao controle dos poderes (inclusive da mídia) em favor da oposição burguesa, a crença na independência da “Lava Jato”, no “republicanismo”, a crença na gratidão da burguesia e do imperialismo pelos bons serviços prestados,... fazem da cúpula do PT, formada pelos mais experimentados quadros do sindicalismo e do reformismo do país, idiotas completos, indefesos frente a ofensiva da direita e do imperialismo.

A invasão da sede do PT pela Polícia Federal serve para criminalizar esse partido hoje e para naturalizar a intervenção fascista de amanhã no PT, CUT, Sindicatos, nas organizações de massas. De uma forma aparentemente mais "republicana" que na ditadura militar, as organizações são primeiro criminalizadas para depois serem esmagadas pelo regime bonapartista pós-Temer que o imperialismo pretende impor no Brasil.

COMBATER A CAÇADA FASCISTA DA DIREITA
AO PT, CUT, MST, SINDICATOS, UNE, ETC.
COM COMITÊS DE AUTODEFESA,
SEM DEFENDER A POLÍTICA DOS REFORMISTAS

A caçada ao PT é parte de uma caçada a toda a esquerda, a toda resistência ao processo golpista. É parte do ascenso da reação política e social. Por isso, precisa ser amplamente combatida e derrotada por todo aquele que se reivindica da defesa dos trabalhadores, da democracia, do socialismo. Criticamos duramente ao PT mas temos plena certeza de que a direita golpista e fascista não o persegue pelos erros que criticamos. O ódio da direita e dos coxinhas ao PT é um ódio a luta social, a esquerda, a revolução, ao vermelho, a organização política dos trabalhadores. É certo que tudo isso foi renegado pelo PT em seu aburguesamento e integração ao Estado capitalista, mas enquanto outro partido não superou o PT em influência de massas, o PT seguirá sendo o centro dos ataques, pelo que simboliza mais do que qualquer outra organização de esquerda do país. O antipetismo é o anticomunismo do Brasil de hoje, por mais que o PT não seja comunista, como o stalinismo também não o é, mas foi perseguido no passado por essa falsa identificação simbólica.

Sob intensa pressão golpista desde 2014 Dilma anunciou e iniciou uma série de capitulações à direita e ao grande capital financeiro muito piores do que tudo de ruim que os outros 3 governos federais do PT haviam feito. Todavia, o programa golpista assumido pelo governo Temer é ainda qualitativamente muito pior contra as massas. Todavia, odiado e profundamente desmoralizado esse governo não pode dobrar a resistência popular para realizar uma recolonização tão ambiciosa do país. O processo golpista precisa se alçar acima dos partidos, ganhar alguma legitimidade eleitoral (através de algum fraudulento plebiscito, referendo, antecipação do pleito presidencial) e finalmente executar a recolonização sob os escombros da FBP desmoralizada e perseguida.

Por sua vez, o PT, aburguesado, é incapaz sequer de se defender, aposta suas fichas nas instituições do regime apodrecido: Senado, STF, novas eleições, ... e assim legitima o golpe contra si mesmo e sobretudo contra a população trabalhadora, a Petrobrás, a previdência, os programas sociais, etc. Ao contrário das expectativas da cúpula do partido, a perseguição não se arrefeceu com o afastamento de Dilma, se recrudesceu, com a perda de poder pelo partido. Perda que teve início com o PT ainda no governo renunciando ao controle o poder, por ter se tornado um fantoche do capital contra a luta pelo verdadeiro poder dos trabalhadores. Nesse sentido, o PT desertou até das próprias concepções supostamente gramiscianas de disputa da hegemonia por dentro do Estado capitalista.

ROSA LUXEMBURGO, O OPORTUNISMO E A SUICIDA ARTE DO POSSÍVEL

A direção petista ainda agora justificam toda a capitulação que os meteu nesse beco sem saída. Dizem que fizeram o que era possível, que se não se pode com eles devemos nos juntar a eles, etc.

A revolucionária Rosa Luxemburgo, que já combatia as tendências oportunistas da social democracia europeia no início do século passado ensina:

“De fato, eu pergunto a todos os homens racionais, uma política deveria tentar alcançar o que é impossível sob determinadas circunstâncias? O oportunismo é um jogo político que pode ser perdido de duas maneiras: não apenas princípios básicos, mas também sucesso prático podem ser perdidos. A suposição de que alguém pode alcançar o maior número de sucessos fazendo concessões é um completo erro. (...) Em nosso não, em nossa atitude intransigente, encontra-se toda nossa força. É esta atitude que ganha o medo e respeito do nosso inimigo e a confiança e o apoio do povo. Precisamente porque nós não concedemos nem um centímetro de nossa posição, nós forçamos o governo e os partidos burgueses a nos conceder os poucos sucessos imediatos que podem ser ganhos. Mas se nós começamos a perseguir o que é ‘possível’ de acordo com os princípios do oportunismo, sem nos preocupar com nossos próprios princípios, e por meios de troca como fazem os estadistas, então nós iremos logo nos encontrar na mesma situação que o caçador que não só falhou em matar o veado, mas também perdeu sua arma no processo." (O Oportunismo e a Arte do Possível, Rosa Luxemburgo, 30 de Setembro de 1898).

Apesar de nem tudo estar perdido, toda a política do PT só conduz a mais derrotas. Não só falharam na caçada quanto entregaram as armas de bandeja para o inimigo. O PT é incapaz de defender sua direção da cadeia, e a própria sigla encontra-se ameaçada de existência. Nada mais os trabalhadores podem esperar daí. O que não significa deixar de fazer frentes únicas de ação contra a direita, pelo fora Temer, etc. Todavia, os setores proletários e combativos da FBP e da FPSM devem perder todas as ilusões de que a resistência ao golpe seja encabeçada pelo PT, PCdoB e suas colaterais no movimento de massas.

Essa caça às bruxas foi empreendida após a Frente Brasil Popular orientar para o refluxo o movimento pelo “Fora Temer!”, acreditando na reversão do impeachement no Senado. Também apostam em sensibilizar 2/3 da canalha parlamentar para aprovarem um plebiscito que decidiria sobre a realização de novas eleições.

É bem verdade que, inclusive pelo desgaste precoce e meteórico do governo golpista, um plebiscito democrático poderia ratificar as eleições de 2014. Mas, acreditar, a "esta altura do campeonato", que o mesmo regime que realizou o golpe de Estado, passando por cima das eleições de 2014, que rasgou a legalidade constitucional, agora permitiria pacificamente a volta de Dilma ao governo e ainda realizaria um plebiscito limpo para assegurar essa volta é muita ilusão na democracia burguesa.

A direção petista possui quase uma devoção cega nas eleições. Acredita que porque ganhou as últimas quatro disputas presidenciais, tende a ganhar o plebiscito mesmo na conjuntura atual com a classe dominante e os quatro poderes unificados (3+ mídia) sob a orientação do imperialismo para impedir sua volta ao poder. Se é verdade que a classe dominante está dividida entre o “Fica Temer” e a realização de novas eleições para dar legitimidade ao golpe, não é verdade que a classe dominante esteja dividida sobre o golpe que realizou e cogite reabilitar o PT. E quanto menos o PT desarticula a resistência ao golpe, menos ainda se faz necessário a burguesia.