segunda-feira, 11 de julho de 2016

A verdadeira face do PT: Entre Mentiras e Enganações e a esquerda no Brasil!

A década de 80 do século passado teve muitas reviravoltas, no cenário político, desde seu começo, com o aguardado retorno dos anistiados, com a possibilidade de abertura política, campanha das Diretas, refundação da UNE, da UBES e fundação da CUT e articulações dos movimentos sociais, tanta esperança, a cada manhã podíamos sentir que chegava a hora da mudança radical da sociedade, não era apenas um sonho distante, mas estava ali, a educação cubana, os avanços de tecnologia na URSS, enfim, havia antes um busca que se consolidara em cima de mentiras e enganações.
Muro de Berlim: retorno ao Capitalismo!

Não cabe aqui reescrever toda a história da esquerda mundial, era o que de fato deveria ser feito, mas vamos partir de um referencial para ter significância necessária para se estabelecer um ponto de partida, o PT surge com a necessidade de construir alternativas ao Socialismo real, uma crítica a sua falta de democracia, e toda sua inteligência começa a pensar em alternativas que busque, ainda no vigor teórico do marxismo e na vivacidade dos reformadores, os anos 80 foram excelentes, pois algumas palavras assumiam terminações reveladoras, como por exemplo, a palavra cidadania ou mesmo a palavra democracia.

Elas ganharam outro sentido, não estava mais contida nelas, sua amplitude elevou-a a categorias universais e contra as quais nada poderia se falar ou mesmo se subverter, as críticas deveriam ser simplesmente tomadas como processo de loucura de seus interlocutores. As teorias surgem apenas como propaganda para se construir como alternativas teóricas as formulações existentes desde o manifesto comunista!

Uma fórmula antiga e do mesmo modo mal intencionada já teve exemplos na história desse processo e que até aqui cabe bem e funciona do mesmo modo, o nazismo foi uma mentira bem contata ao povo alemão, o stalinismo foi e ainda é uma mentira bem estruturada que rompe gerações e, ainda sim, gera tanta confusão na esquerda como essa potoca do PT que aqui estamos revelando.

Devemos desmistificar algumas coisas, a primeira é que o Marxismo é uma teoria liberal e democrática, não o é, em nada tem de democrático no marxismo, ele em sua essência gera uma única consequência: uma ditadura, a do proletariado, e que é ao mesmo tempo modelo de estado e assim, toda a relação social é submetida aos filtros e tensões desse modelo de estado, inclusive a economia.

Democracia, como governo do povo, não é entendido como fórmula de disputa política social no marxismo, apenas como um processo a ser superado por outras fórmulas, e a ditadura após um processo sangrento e revolucionário requer um período de transição, modelo este usado pela burguesia após a superação do feudalismo, e assim sucessivamente, apenas seguindo os modelos históricos anteriores, o que muda no processo ditatorial é a perspectiva dela ser construída com uma aliança entre trabalhadores do campo e da cidade, ou seja, do proletariado e do pequeno proprietário rural.

A famosa aliança operária-campesina seria o começo do processo de socialização das forças produtivas, em um estado temporário e com prazo de validade definido. Mas esse é outro debate e que fazê-lo agora correríamos o sério risco de perde o foco, mas prometo em breve retornar a esse debate e sua inconsistência teórica atual.

O que importa é que o marxismo é uma teoria de revolução social que fundamenta-se na ruptura revolucionária e violenta do sistema, quaisquer outras formas não cabe dentro do marxismo, ou dos disseres de Marx no Manifesto, só temos as nossas correntes a perder!

Dito isto o PT no início com sua crítica ao totalitarismo, percepção equivocada do socialismo em só país, completamente contrário as ideias do internacionalista Marx (proletário de todo mundo, uni-vos) fundamenta suas teorizações considerando que o modelo burocrático de socialismo é o único e legitimo modelo marxista, resultado de anos de propaganda que fez com que todos os escritos de Marx fossem literalmente traduzidos errados, principalmente para o português, não é incomum nos acusarem em reuniões com militantes de diversos locais do mundo de que nossa teoria é baseada em falsificações e inverdades.

A partir do modelo apresentado pelos stalinistas a verdade petista começa a ser construída, sua crítica real ao modelo falso aplicado na URSS e nos demais países do leste europeu! Não quero aqui discutir se haveria razão ou não, claro que tinha razão a crítica, mas ela não foi construída para se consolidar uma saída política para o avanço da revolução política desses países, ao inverso, foi construída apenas para gerar mais cisão ao conceito de evolução da revolução e dos princípios marxistas.

Resumidamente temos dois processos distintos e complementares, o primeiro foi o processo de propaganda falsa do modelo de socialismo real, e o segundo foi a crítica falsa ao modelo errôneo de socialismo, a partir desse momento toda a crise sofrida pelo colapso do Socialismo Real enfrentaria, em maior ou menor grau, essas distorções a partir de suas percepções sociais existentes.

A construção de uma via reformadora do Socialismo coincidia com a necessidade de haver uma para justificar a ruptura como o modelo equivocado de socialismo em só país, e ao mesmo tempo, não podia se comprometer com a evolução das forças produtivas no rumo do socialismo mundial, essa combinação se tornou desastrosa para toda a esquerda do globo.

Uns mais e outros menos, mas todos não conseguiram compreender que o retorno ao Capitalismo nesses países foi e ainda o é um atraso para a vida de milhões, o que o defensismo revolucionário fez, foi apenas reajustar o olhar necessário para compreender a realidade, mas o fez ainda tardiamente, e com o avanço do capital sobre os escombros do leste europeu e da URSS, o PT conseguia a confirmação de sua teoria e a comprovação de sua hipótese de socialismo sem democracia não existe, o que fez o PT a colocar o carro na frente dos bois.

A partir dessa confirmação pelas avessas, o PT desiste de continuar sua luta pelo socialismo, onde o partido ainda tinha breves feições de esquerda, como por exemplo, os núcleos de base partidário, eles deixariam de existir em menos de uma década, a mesma forma foi a relação com os movimentos sociais, bastou os anos 90 do século passado para o PT abandonar eles como fonte de oxigenação da militância, e breve o PT era apenas uma azeitada máquina eleitoral que buscava ganhar o lugar privilegiado no processo de administração do Estado, feito este obtido em 2002 com a vitória de Lula.

Logo os conceitos do que era ou não era ser de esquerda começa a entrar em crise, a própria defesa do trato ético da coisa pública, e o discurso sobre esses conceitos começaram a se alargar e com isso o PT busca uma governabilidade embasada em uma relação espúria com uma base fragilizada no Congresso Nacional, alguns personagens já tinham saído do PT nesse período, como o próprio PTSU, PCO e um pouco mais tarde o PSOL, mas em todos os casos a ruptura desses setores não foi uma real crítica aos conceitos anti-marxistas, tão somente, ao discurso de ética, de democracia e de cidadania, tomou conta do debate da esquerda, fragilizando assim todo um aparato de pensar humanista e que culminou em todas as demais confusões mentais e ideológicas da esquerda, tendo como referência o próprio PT.

Logo fazer coligações com partidos burgueses era algo natural, defender reformas que atacam direitos dos trabalhadores acabou sendo percebido como necessário para a evolução e para a conquista da cidadania, expulsar deputados que não concordavam com o rumo do partido, e até mesmo exaltar dirigentes que tomaram medidas equivocadas para manter a governabilidade, ou pagar dívidas de campanha, como foi o caso do mensalão e indo de mal a pior para manter a cabeça do estado sob seu enfoque o PT se desconstruiu como PT de trabalhadores e camponeses para se tornar legitimo para os banqueiros e para FIESP, mas essa aliança acaba na medida transformando o próprio PT e ele por sua vez tentava se reconstruir, seja no governo, ou seja revisitando seus próprios conceitos de cidadania e de construção de política públicas.

Isso se reflete muito bem no processo de expansão econômica que o Brasil atravessou nos primeiros anos do governo Lula, ao ampliar o crédito, ampliar o mercado de consumo, investindo em pequenas transferências de renda, como o programa bolsa família, o mercado aquece e essa expansão movimenta a economia, otimizando assim suas necessidades de mercado e ampliando o mercado de consumo, isso vai até a crise de 2008, de lá pra cá, o PT não conseguiu mais ter uma política de austeridade fiscal e ampliação do mercado de consumo, isso fez com que o PT mascaram-se as contas públicas, para então no processo de emissão de debentures conseguir manter aquecido o mercado, mas isso também tem limite, pois a medida que a emissão desse títulos provoca inflação as próprias contas públicas sofrem pressão maior para seus ajustes recessivos.

Essa contradição entre a linha política adotada e a política econômica foi desastrosa para o PT, que alimentava uma mentira a anos, e com isso seu papel de dirigente se enfraquecia a cada ano, e quando foi necessário usar novamente todo seu potencial para convencer mais uma vez sua militância de sua necessidade de se manter no poder central, veio a crise econômica e política, e sem apoio real dos movimentos sociais que perderam seus dirigentes para ser tornarem apenas cabos eleitorais ou pior se transformarem em empresa de construção para o programa Minha Casa minha Vida, ou mermo atravessadores de influência, permitindo assim uma avanço significativo dos setores mais a direita, com claras evidências fascistas.

Muito ainda se tem muito para debater, mas o concreto é que as mentiras não poderão mais se sustentar, e os modelos devem ser debatidos a partir de suas reais convicções, e toda a verdade deve ser revelada para então, e a partir de então, tomar as medidas e ajustes para reencontrar o caminho da revolução no país, superando o PT e todas as demais organizações ditas revolucionárias, para quem sabe assim, termos a chance de lutar novamente pelo poder político em nosso país e pela transformação radical da sociedade.


0 comentários: